Como compor o texto de uma citação

Quando fazemos uma citação, esta tem que se integrar no nosso texto de uma forma coerente. Para isso, pode ser preciso fazer ajustes. Neste artigo, explico como isso se faz e dou exemplos.

Normalmente, num trabalho escolar, muito daquilo que se afirma foi recolhido junto de outros autores e, portanto, deve ser apoiado por citações desses autores, com indicação da fonte de onde recolhemos a citação.

Do I Need to Cite This? by tengrrl, on FlickrDo I Need to Cite This?” (CC BY-SA 2.0) by tengrrl

Citar correctamente implica três coisas:
  1. Compor o texto da citação, pois pode ser preciso fazer ajustes em relação ao original (por exemplo, retirar partes que não interessam);
  2. Citar a fonte;
  3. Apresentar a referência bibliográfica ou webgráfica completa.

Apresento no blogue um artigo sobre cada um destes pontos (ver Como fazer citações bibliográficas e Como fazer referências bibliográficas e webgráficas). Neste vou falar apenas sobre o texto da citação.

Regras para a composição do texto de uma citação

Uma citação pode ser:

  • Directa: uma transcrição literal do original, que deve ser colocada entre aspas;
  • Indirecta: uma paráfrase ou um resumo.

Quando fazemos uma citação, esta tem que se integrar no nosso texto de uma forma coerente, seja no conteúdo, seja na forma. Para isso, pode ser preciso fazer ajustes. Por exemplo, pode ser preciso explicitar um sujeito que está omisso na frase que queremos usar (porque já tinha sido referido pelo autor da citação numa frase anterior que não queremos usar) ou para retirar algumas partes que não nos interessam, entre outras razões.

Existem regras para fazer esses ajustes. São elas:

  • As omissões de palavras ou excertos dentro de uma citação devem ser indicadas com reticências dentro de parêntesis rectos: […].

  • Quando se adicionam palavras a uma citação (por exemplo, para a tornar inteligível ou gramaticalmente coerente), essas palavras devem ser colocadas entre parêntesis rectos: [palavras adicionadas].

  • Quando se reproduzem os itálicos, sublinhados ou negritos que estavam na obra original, isso deve ser indicado na citação bibliográfica do seguinte modo: “ênfase/s do/a/s autor/a/s”. Aqui, o autor é o da citação.

  • Quando acrescentamos por nossa iniciativa itálicos, sublinhados ou negritos às citações de outros autores, isso deve ser indicado na citação bibliográfica do seguinte modo: “ênfase/s minha/nossa”.

  • As citações num idioma diferente podem ser incluídas no original ou traduzidas. Neste último caso, deve ser indicado, em nota de rodapé: “tradução livre do/a autor/a”. Aqui, o autor somos nós.

  • Em paráfrases e resumos, embora a composição das frases seja da nossa autoria, o vocabulário mais importante (os termos teóricos e técnicos) deve ser do original.

Exemplos de citações
  • … de facto, “[e]sta capacidade [comunicativa] compreende não só a habilidade linguística e gramatical (de produzir e interpretar frases bem formadas) como também uma série de habilidades extralinguísticas com elas correlacionadas que são sociais (no sentido de saber adequar a mensagem a uma solução específica) ou semióticas (que significa saber usar outros códigos para além do linguístico […])” (Bitti e Zani, 1997: 19, ênfases dos autores).

  • … de facto, como notam Bitti e Zani, “[e]sta capacidade [comunicativa] compreende não só a habilidade linguística e gramatical […] como também uma série de habilidades extralinguísticas com elas correlacionadas que são sociais […] ou semióticas” (1997: 19, ênfases dos autores).

  • Segundo Bitti e Zani, a competência comunicativa é a “capacidade de produzir e entender mensagens que […] põem [o indivíduo] em interacção comunicativa com outros interlocutores” (1997: 19, ênfase minha).

  • Segundo Bitti e Zani (1997: 19), a competência comunicativa é a competência tanto de produzir como de entender as mensagens que põem o indivíduo e os seus interlocutores em interacção comunicativa.

  • A possibilidade de interagirmos uns com os outros depende da nossa competência comunicativa, ou seja, da capacidade de produzir e compreender mensagens, a qual é ao mesmo tempo linguística, social e semiótica (Bitti e Zani, 1997: 19).

Nestes exemplos já introduzi as respectivas citações bibliográficas. Explico como estas se fazem no segundo artigo desta série: Como Fazer Citações Bibliográficas.

Um pensamento em “Como compor o texto de uma citação”

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